Junta de Freguesia de S. Pedro da Torre Junta de Freguesia de S. Pedro da Torre

História

INFORMAÇÃO SUMÁRIA

Padroeiro: S. Pedro.
Habitantes: 1.269 habitantes (I.N.E. 2011) e 1.253 eleitores em 05-06-2011.
Sectores laborais: Agricultura, indústria e comércio.
Tradições festivas: S. Pedro, Senhora de Fátima, Santo António e S. João.
Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja Paroquial, Forte de S. Luís, aqueduto, pontes romanas, marcos miliários e capela de S. João e largo da igreja.
Gastronomia: Lampreia e Sável do Rio Minho.
Artesanato: Bordados.
Colectividades: Associação Musical de S. Pedro da Torre, Centro Social e Cultural de S. Pedro, Clube de Caçadores “Os Toreenses” e Comissão Vicentina.

 

ASPECTOS GEOGRÁFICOS
A cerca de cinco quilómetros da vila de Valença, a sede do Concelho a que pertence, encontra-se a Freguesia de S. Pedro da Torre, que é composta pelos lugares de Baixo, da Igreja, do Crasto, das Cruzes, do Monte, da Lagoa, do Poço, da Ponte, de Chamosinhos e do Além da Ponte.
Ocupa uma área com cerca de 429 ha e tem por limites: a Norte, as freguesias de Arão e Cristelo Covo, a Sul a freguesia de Silva e a Freguesia de Vila Meã (esta pertencente ao concelho de Vila Nova de Cerveira), a Nascente, a Freguesia de Cerdal, e a Poente, o rio Minho, com a província espanhola da Galiza na outra margem.
Por se encontrar na margem esquerda do rio Minho, e ser atravessada pelos ribeiros da Mira e da Ínsua, compreende-se que seja uma terra de grande valor agrícola e um dos motivos de fixação dos povos desde os tempos mais remotos.

 

RESENHA HISTÓRICA
A informação que se tem de S. Pedro da Torre aponta para a possibilidade de ter sido noutros tempos uma vila. Assim é que, num dos relatos do livro “Inventário Colectivo dos Registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo”, que mais abaixo se transcrevem na integra, se pode se pode ler «Em 1125, D. Teresa contou em favor da Sé de Tui a vila, já então denominada, São Pedro da Torre, em 1125, a mãe de D. Afonso Henriques fez ao bispo de Tui».
As Inquirições de 1258 referem-se já a esta freguesia como sendo parte da Sé de Tui, após a rainha Dona Teresa ter outorgado parte das “suas rendas para que fosse mantida uma barca no rio e todos ali passassem, por amor de Deus, sem preço”.
Foi abadia, do termo de Valença, do padroado real, mas da apresentação dos marqueses de Vila Real, pelo que, em 1641, passou para a Casa do Infantado.
No século XVIII, o padre António Carvalho da Costa escreve que a paróquia esteve repartida em dois benefícios: “hum, abbadia curada, que rende cento e cincoenta mil réis (…), outro, simples, que rende mil réis”.
Em 1839 pertencia à comarca de Monção. Em 1852 passou para a jurisdição da comarca de Valença.
Povoação das mais antigas e guardiã das pedras da História, por aqui passava a estrada real e, com toda a probabilidade, terminava também, em território português, a antiga via romana per loca maritima, que vinha desde Braga e seguia para Vigo. Duas magníficas pontes de feição romana — uma no lugar da Ponte, muito adulterada, e outra na veiga da Mira, confrontando com Cristelo Covo — parecem apontar nesse sentido.
De qualquer modo, o encontro de um (entre outros) marco miliário, em Chamosinhos, na direcção de Cerveira, dedicado a filho de Constantini Maximi, é um testemunho de valor indesmentível para assegurar a sua passagem.
 A existência, ainda hoje, de uma nascente termal, de água hipossalina, nesta freguesia e aquela inscrição sugere que aqui ficaria a estação viária romana à qual o XXI Itinerário de Antonino chama Aquis Celenis.
A estrada iria entroncar no sítio do Cais, em plena veiga, localizando-se a travessia, segundo alguns autores, em frente à foz do rio Louro. Esta via serviria, mais tarde, de caminho de peregrinação a Santiago de Compostela (a segunda a cruzar os limites do concelho).
José Augusto Vieira refere-se às citadas águas medicinais como “…sulfurosas frias, de precioso valor terapêutico na tratamento de variadas dermatoses e aplicáveis ainda para uso interno em doenças gástricas, pulmonares ou génito-urinárias, quando sobretudo ligadas à diátese herpética”.
S. Pedro da Torre foi, também, um local estratégico ao tempo das guerras da Restauração, aqui tendo os Espanhóis edificado um forte, em 1657, de que existem ainda vestígios.
O Cruzeiro da Independência — símbolo da resistência imposta pelas gentes de S. Pedro da Torre —, as fontes das Carpinteiras, do Cantinho e do Frade, os cruzeiros da Igreja e de Chamosinhos são pontos de interesse numa terra com alma e tradição, que continua a lutar pela manutenção das suas tradições mais nobres e que aposta, sem reservas, na universalização da cultura.
Transcreve-se, conforme se referiu acima, a descrição do livro “Inventário Colectivo dos Registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo”:« Em 1125, D. Teresa contou em favor da Sé de Tui a vila, já então denominada, São Pedro da Torre.
Em 1258, na lista das igrejas situadas no território de Entre Lima e Minho, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III, São Pedro da Torre é citada como uma das igrejas pertencentes ao bispado de Tui.
Em 1320, no catálogo das mesmas igrejas, mandado elaborar pelo rei D. Dinis, para pagamento de taxa, foi taxada em 30 libras.
Em 1444, D. João I conseguiu do papa que este território fosse desmembrado do bispado de Tui, passando a pertencer ao de Ceuta, onde se manteve até 1512.
Neste ano, o arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, deu a D. Henrique, bispo de Ceuta, a comarca eclesiástica de Olivença, recebendo em troca a de Valença do Minho.
Em 1513, o papa Leão X aprovou a permuta.
No título dos rendimentos dos benefícios eclesiásticos da comarca de Valença, organizado entre 1514 e 1532, sendo arcebispo D. Diogo de Sousa, São Pedro da Torre rendia 92 réis e 2 pretos. Situava-se na Terra de Valença e seu termo.
Os moradores da freguesia apresentavam, no mesmo documento, o rendimento de 130 réis e 2 carneiros.
Em 1546 rendia 30 mil réis.
O Censual de D. Frei Baltasar Limpo, redigido entre 1551 e 1581, refere que São Pedro da Torre estava dividida numa metade, sem cura, que era da apresentação “in solidum”‘ do arcebispo e numa entra, com cura, da apresentação “in solidum”‘ do marquês de Vila Real, por doação que lhe fora feita.
No mesmo documento, diz-se que o mosteiro de freiras do Bom Jesus de Valença estava sujeito pela vigairaria, à sua visitação e regimento. No censo de 1864, esta freguesia figura com a designação de Torre. Em 1900. por decreto de 14 de Dezembro, o lugar de Chamosinhos, da freguesia de Vila Meã, concelho de Vila Nova de Cerveira, passou a pertencer a São Pedro da Torre».

 

 Fonte consultada: Inventário Colectivo dos registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo. Dicionário Enciclopédico das Freguesia e Autarcas Séc.XXI.

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